ETNOMATEMÁTICA: EXPLORANDO A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS NA FEIRA LIVRE DE OURIÇANGAS - BA

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar e compreender a comunicação matemática como estratégia de venda, que compõe o universo da Feira Livre, explorando o uso da linguagem dos feirantes na Feira Livre da cidade de Ouriçangas – Ba. Através da observação das relações tecidas naquele espaço, bem como das entrevistas realizadas com alguns feirantes, foi desenvolvida uma investigação sobre o cotidiano no contexto da Feira Livre, analisando jocosidades, gestos, performances e fazeres matemáticos, além de modos peculiares de medir, comparar, classificar, arredondar, calcular e inferir, que possibilitam aos feirantes a resolução de seus próprios problemas ao ‘fazer a feira’. Nessa pesquisa foi feita uma análise qualitativa dos dados coletados, identificando e analisando o interesse por pesquisar sobre a Matemática utilizada na comercialização nos produtos agrícolas na Feira Livre. Ela surge pelo fato de conhecer alguns feirantes, que a todo o tempo usam processos matemáticos superpostos nas questões de sobrevivência que são transmitidos na prática pela experiência adquirida ao longo do tempo, e que, muitas vezes os próprios feirantes o desconhecem. Com a pesquisa verificou-se que existem várias formas de pensar e fazer matemático, que depende do contexto cultural de cada indivíduo, o que evidencia um saber próprio, uma autonomia do pensamento, que recria a Matemática, revelando novos conceitos aritméticos a partir de sua leitura de mundo, da lógica utilizada no ato de fazer a feira.